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O Homem e sua eternidade derivada



A vida humana é eterna, ela não tem fim, pois o homem traz consigo a eternidade de Deus. Em Deus a eternidade é algo que lhe é próprio, pertencendo ao Seu ser, à Sua essência, à Sua natureza, apontando para uma realidade de vida que não teve início e nem terá fim. Por sua vez, em relação ao homem, é condicionada ou derivada, implicando em uma realidade de vida que teve início, mas não terá fim. A vida continua no mundo pós-morte (I Co 6.14; Ap. 20:12-15). Esse condicionamento ou derivação vem de qual fonte? A resposta é obvia: Deus! Em Deus, o grande criador e sustentador da vida, o homem encontra a razão de sua existência. Não cremos somente na imortalidade da alma, mas também do corpo. Embora, reconhecemos que para o corpo experimentar plenamente da imortalidade, convém que ele ressuscite dos mortos (Jo 5.28-29). O teólogo Hoekema (2001, p. 110) em seu livro a Bíblia e o Futuro, dentro dessa perspectiva, afirma: “se desejarmos usar a palavra imortalidade com relação ao homem, digamos que o homem, mais do que sua alma é imortal. Mas o corpo do homem precisa passar por uma transformação por meio da ressurreição antes que ele possa desfrutar totalmente de imortalidade”. Noutras palavras, a imortalidade não apenas para a alma, mas para corpo-alma, para o homem integral.


Diante desse fato atestado pela revelação de Deus, em Sua palavra escrita e na revelação geral, muitos continuam a viver a vida como se não houvesse o amanhã. E o que esperar de uma geração que não tem os seus olhos voltados para a eternidade, somente para o aqui e o agora? O profeta Isaías 22.13 descreve a sua consequência direta: “Porém é só gozo e alegria que se vêem; matam-se bois, degolam-se ovelhas, come-se carne, bebe-se vinho e se diz: Comamos e bebamos, que amanhã morreremos”. Infelizmente, essa é a leitura que se faz de muitos homens, que trazem consigo a eternidade, mas não atinam para o seu valor e relevância.


O que podemos fazer para mudar essa realidade? Viver e anunciar Cristo, muito mais com nossas ações do que com nossas palavras, embora se considere que uma não anula a outra. Refletir sobre a eternidade derivada, no que diz respeito ao homem, é de suma importância em todos os sentidos. Diante deste fato, o mesmo deve nos levar: (a) a uma auto avaliação sobre o que estamos fazendo com a vida vivida por nós; (b) a revermos o que estamos plantando para a posteridade; (c) a clamarmos ao Sustentador da nossa vida, misericórdia e graça; (d) a temermos a Deus, pois diante Dele o homem estará eternamente; e por fim, (e) a glorificarmos a Deus pelo que Ele é: grande em poder e soberano Senhor de tudo.

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